Talvez por muito amar a liberdade Invejo a vida livre dos pardais Mas prende bem teus braços sem piedade E eu juro da prisão não sair mais Não posso ouvir o fado sem vibrar E não domino em mim a febre de o cantar Mas dá-me um beijo teu fremente Verás que fico assim, calada eternamente Adoro a luz do sol que me alumia Por grata e singular mercê de Deus Mas fecha-me num quarto noite e dia E eu troco a luz do sol pelos olhos teus Não posso ouvir o fado sem vibrar... Baixinho aqui pra nós, muito em segredo Eu sempre fui medrosa até mais não Mas pra que sejas meu não tenho medo Nem mesmo de perder a salvação Não posso ouvir o fado sem vibrar...