É lenda, na mouraria Que grande riqueza havia Por uma moura guardada Um dia alguém perguntou-me Se a moura que há no meu nome É essa moura encantada
Não sei, só sei que me dou E me esqueço de quem sou Como num sono profundo E nos sonhos que vou tendo Eu adivinho e desvendo Todos os sonhos do mundo
A minha voz, de repente É a voz de toda a gente De tudo o que a vida tem Quando a noite chega ao fim Vou à procura de mim E não encontro ninguém
Não sei se é lenda ou se não Se é encanto ou maldição Que às vezes me pesa tanto Sei que livre ou condenada E sem pensar em mais nada Eu fecho os olhos e canto
Serei talvez encantada E sendo assim tudo e nada Eu fecho os olhos e canto